PLANO
O plano foi desenvolvido com base na experiência prévia dos parceiros portugueses durante várias curtas expedições à Ilha de São Tomé e na vasta experiência dos parceiros de São Tomé e Príncipe (STP), universidades, organismos governamentais e ONGs. O desenvolvimento do projeto e a elaboração do relatório final decorrerá ao longo de 36 meses a partir da data de aprovação da proposta. O projeto será desenvolvido em 5 fases
Fase 1.
Reforçar parcerias e redes de investigadores
Este projeto irá reforçar a parceria já estabelecida entre os parceiros do projeto, acrescido do convite aos órgãos governamentais de STP e à rede Aga Khan, para assegurar o apoio a longo prazo à monitorização, avaliação e capacitação em ciências marinhas e qualidade de vida através de uma rede eficiente de investigadores.
Fase 2.
Estudo, monitorização e conservação do peixinho
Não há informação científica sobre a biologia e ecologia do peixinho, nem sobre suas capturas. E a única informação disponível veio da população local (ex., práticas de pesca). Assim, este projeto pretende estudar o ciclo de vida, ecologia alimentar, dispersão e comportamento, monitorizar, e definir práticas de conservação e de pesca. As ONGs locais trabalharão em estreita colaboração para melhorar a qualidade de vida da população local, onde várias formas de melhoria de rendimentos têm sido testadas com produtos e serviços locais.
Fase 3.
Contribuição para o registo de espécies marinhas e fluviais
É necessário um conhecimento mais detalhado da oceanografia e da biodiversidade para contextualizar a ocorrência das espécies na ilha. Assim, aproveitando os recursos gastos, este projeto também pretende descrever e rever a biodiversidade nos rios e áreas costeiras, bem como compilar dados meteorológicos e oceanográficos de bases de dados internacionais (ex., WOD, CMEMS). Serão realizados dois levantamentos de campo intensivos nos principais rios e zona costeira da ilha de São Tomé, durante as estações: chuvosa e seca (Gravana). Além desses períodos, a monitorização regular será feita localmente pelos parceiros locais. Durante os levantamentos de campo serão medidas também variáveis abióticas (temperatura, salinidade, oxigênio dissolvido, pH, microplásticos, etc.).
Fase 4.
Avaliação de stocks de peixinho e outros recursos pesqueiros
A avaliação dos stocks será feita para a pesca de larvas de góbios (peixinho) e outras espécies importantes [ex., grandes pelágicos – peixes andala, e espécies demersais (recife)], com base na quantidade e qualidade dos dados obtidos.
Fase 5.
Divulgação de resultados e capacitação institucional
A divulgação nas comunidades locais é uma componente importante do projeto, com exposições, guias
sobre biodiversidade marinha e boas práticas na pesca, e um documentário sobre o ciclo de vida do
peixinho. Estão também previstos alguns cursos intensivos na área da biodiversidade marinha e fluvial,
pescas, dados oceanográficos e escrita científica, o incentivo à integração de cursos de pós-graduação, e a
integração no Centro Colaborativo de Excelência em Ciências do Mar (CCEMAR) já em desenvolvimento no
âmbito de outro projeto (Luandawaterfront – Angola).